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Doenças autoimunes e microbiota: estratégias para melhorar os efeitos da doença

Doenças autoimunes e microbiota: estratégias para melhorar os efeitos da doença

Aqui no blog, já falei como o intestino afeta diversas áreas do corpo, como a pressão arterial, a saúde íntima da mulher e a pele. Neste artigo, vou explicar sobre a relação entre as doenças autoimunes e a microbiota.

Você provavelmente já ouviu falar em lúpus, doença de Crohn, psoríase ou doença celíaca. Todas essas são condições em que o sistema imunológico ataca o próprio organismo. Embora ainda não se tenha um conhecimento claro sobre as causas desses problemas, muitos estudos mostram que fatores ambientais, como a dieta e o estilo de vida, podem aumentar a predisposição para o aparecimento das doenças.

E quando nossos hábitos não são saudáveis, o intestino, que é uma peça fundamental para o nosso bem-estar, não funciona como deveria. Mas o que ele tem a ver com as doenças autoimunes? Vou destrinchar melhor essa relação e mostrar algumas estratégias que podem ajudar no tratamento.

 

O que são doenças autoimunes?

Primeiro, é importante entender como o nosso sistema imunológico funciona. De forma resumida, ele é o responsável por reconhecer e combater substâncias nocivas ao organismo, como bactérias, vírus, parasitas ou células cancerígenas.

Em um paciente saudável, o sistema reage apenas a esses corpos estranhos. Mas, eventualmente, ele funciona de forma incorreta e considera os próprios tecidos como perigosos. Nesses casos, as células imunológicas, que geralmente estão presentes no intestino, caminham pela corrente sanguínea e passam a atacar o corpo, causando o que chamamos de reação autoimune.

Estima-se que cerca de 8% da população mundial tenha uma das mais de 80 doenças autoimunes.

Ainda não se sabe muito sobre o que causa esse ataque ao próprio organismo, mas ele parece estar atrelado a uma predisposição genética aliada a alguns fatores de risco, como o tabagismo, o estresse e algumas infecções.

E, recentemente, um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Yale também mostrou que as doenças autoimunes e a microbiota intestinal estão diretamente ligadas.

Relação entre doenças autoimunes e microbiota

Os cientistas descobriram que as respostas autoimunes podem ser deflagradas quando as bactérias nocivas do intestino migram, espontaneamente, para outros órgãos do corpo, como o baço, fígado e os gânglios linfáticos, causando uma inflamação na região.

Elas também podem passar para a corrente sanguínea quando acontece o que chamamos de leaky gut, ou intestino permeável. Essa é uma condição na qual o revestimento do intestino delgado é danificado, fazendo com que partículas de alimento não digeridas, resíduos tóxicos e bactérias “vazem” pelo intestino diretamente para o sangue.

Mas o que são esses microrganismos nocivos?

A nossa microbiota é composta por milhares de bactérias, fungos e vírus, que são divididos em dois grupos: os “protetores”, que são os benéficos para o organismo, e os “agressores”, que são os nocivos.

Para que o intestino funcione bem, a microbiota precisa estar em equilíbrio, tanto em relação à diversidade quanto à quantidade de espécies. Mas, se houver um desequilíbrio (que chamamos de disbiose) e os nocivos forem a maioria, pode haver diversas consequências.

Em alguns casos, os sintomas são desconfortos mais leves, como distensão abdominal, flatulência e indigestão. Em outros, pode haver complicações graves, como ocorre com as doenças autoimunes.

 

Cuidando da microbiota

Ainda que não saibamos sobre todos os mecanismos envolvidos nas doenças autoimunes, fica cada vez mais claro que cuidar do intestino é cuidar da nossa saúde integral.

Tudo que acontece dentro dele influencia no nosso organismo: pele, coração, sistema nervoso, imunidade, e por aí vai. Então, para viver bem, não nos resta alternativa que não seja cuidar bem da nossa saúde intestinal.

 

E como fazer isso?

Algumas mudanças simples podem ajudar bastante:

  • Apostar em uma alimentação balanceada, rica em verduras, legumes, frutas e fibras,
  • Manter-se hidratado,
  • Praticar atividade física com regularidade,
  • Manejar o estresse e a ansiedade,
  • Sono de qualidade,
  • Não tomar remédios sem necessidade e sem prescrição médica.

Esteja sempre atento aos sinais do seu corpo! Se precisar de ajuda, conte comigo!

Dra. Flávia Solano – Gastroenterologista

Dra. Flávia Solano – Gastroenterologista

CRM 13331 | RQE 8986

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