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Fadiga: um sinal de disbiose intestinal

Fadiga e disbiose intestinal: qual a relação?

Você sente bastante cansaço, além do esperado para suas atividades normais, prejudicando sua rotina social e profissional? Pois saiba que a fadiga pode ser um sinal de disbiose intestinal. Mas o que o cansaço tem a ver com intestino? É o que vamos esclarecer neste post!

A fadiga costuma ser um sintoma bastante negligenciado no diagnóstico de doenças. Isso porque as pessoas muitas vezes não se dão conta de que a sensação de cansaço pode ser além da medida e não associam a alguma condição clínica.

Uma forma de perceber se há algo fora do comum e que mereça ser investigado é se comparar com seus pares, familiares, colegas, pessoas da mesma idade ou que pratiquem atividades semelhantes.

Identificar suas próprias sensações, quando ocorrem e a quê estão associadas é bastante importante para a investigação das causas do seu desconforto.

Fadiga e disbiose: qual a relação

Gosto de lembrar que o intestino e o nosso cérebro estão bastante interligados. Não é à toa que chamamos o intestino de “segundo cérebro”. Fiz uma live sobre o assunto no meu Instagram dedicada a esclarecer essas relações, com a minha colega médica neurologista Renata Barbosa.

O intestino contém seu próprio sistema nervoso, chamado entérico, que se comunica com o sistema nervoso central por meio de uma extensa via, que é o nervo vago. Esse nervo percorre desde o cérebro, passa pelo tórax e vai até o trato gastrintestinal. Funciona como uma via de mão dupla, transportando sinais e substâncias para ambos os lados.

Pesquisas recentes apontam a importância e o papel da microbiota nesse eixo.

A microbiota é o nome que se dá aos trilhões de bactérias e diversos outros tipos de microorganismos que habitam determinado ambiente – no caso, o intestino.

A saúde vai bem quando a microbiota está em equilíbrio. Mas quando existe algum desequilíbrio, chamamos essa condição de disbiose.

Para saber como diagnosticar a disbiose, leia o post Exame para disbiose intestinal: saiba o que é e quando fazê-lo.

Fadiga como sintoma de disbiose

A microbiota é produtora de neurotransmissores, substâncias benéficas, como ácidos graxos de cadeia curta, que estimulam a produção de alguns hormônios, e outras substâncias que são maléficas e podem causar inflamações.

Essas substâncias são levadas ao cérebro tanto pela corrente sanguínea quanto pelos nervos que fazem a comunicação intestino-cérebro, muitas vezes passando a barreira hematoencefálica que protege o cérebro.

O desequilíbrio da microbiota, portanto, pode provocar doenças ou até mesmo servir de gatilho para gerar uma desordem neurológica, por exemplo.

É aí que pode entrar o cansaço, a fadiga crônica, o estresse, o mal-estar, a indisposição e até a síndrome de burnout, ou seja, o esgotamento físico e mental.

Como tratar a fadiga causada por disbiose

A fadiga é apenas um dos sintomas possíveis para a disbiose, mas é o que as pessoas menos tendem a relacionar com a doença. É uma condição subestimada, de forma geral, devido à rotina atribulada e às preocupações do dia a dia, que fazem o cansaço crônico parecer algo “normal”.

No entanto, dependendo da intensidade, a fadiga pode provocar prejuízos para o dia a dia, interferir na produtividade do trabalho ou dos estudos e até comprometer relações. O incômodo é tão grande que a pessoa pode se sentir deprimida, ansiosa e irritada constantemente, afetando sua qualidade de vida.

Se for o seu caso, não se preocupe! Existe tratamento e, na maioria dos casos, os sintomas melhoram!

Uma vez diagnosticada a disbiose, a primeira medida a ser adotada é a adequação da alimentação. É a principal ferramenta para equilibrar as bactérias do intestino. Isso exige disciplina, mas você verá que o alívio dos sintomas fará todo o esforço valer a pena!

Alimente-se bem

Evite o consumo excessivo de alimentos industrializados, carboidratos refinados, açúcar e gorduras. São exatamente o que as bactérias agressoras gostam para se multiplicar.

Procure alimentar-se de forma equilibrada e saudável, com frutas, verduras, legumes e fibras.

 

Saúde física e mental

Procure evitar situações de estresse, ambientes com poluição e contaminação por agrotóxicos. Dê preferência a alimentos orgânicos ou, quando não for possível, pesquise sobre a procedência do que você irá consumir.

A atividade física praticada de forma regular contribui para a melhoria da saúde mental e também do intestino. Procure algum exercício do qual você goste e faça caber na sua rotina.

Medicamentos

Outro fator de risco para disbiose é o uso frequente de remédios para reduzir a acidez do estômago (aqueles que terminam em “zol”) e antibióticos

Por outro lado, para tratar o equilíbrio da sua microbiota intestinal, o uso de pré e probióticos pode ser indicado. Leia mais sobre isso no post Probióticos no tratamento para disbiose intestinal: conheça as principais estratégias.

Ficou com alguma dúvida sobre disbiose e como podemos tratar os sintomas da fadiga associados ao desequilíbrio da microbiota? Estou à disposição para esclarecer e ajudar você! Marque uma consulta para fazermos uma avaliação personalizada do seu caso.

Dra. Flávia Solano – Gastroenterologista

Dra. Flávia Solano – Gastroenterologista

CRM 13331 | RQE 8986

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