O consumo do glúten pode provocar reações semelhantes em pessoas que apresentam pelo menos três condições diferentes. São elas: doença celíaca, alergia ao trigo e sensibilidade ao glúten não celíaca.
A doença celíaca é autoimune e temos um texto falando só sobre ela.
A alergia ao trigo é uma resposta do sistema imunológico, mediada pela Imunoglobulina E (ou IgE, um tipo de anticorpo), provocada pelo consumo das proteínas do trigo.
Por sua vez, a sensibilidade ao glúten não celíaca foi o termo utilizado para identificar os casos em que são excluídas as duas outras situações. A simples remoção dessa proteína da dieta resolve o problema. A pessoa pode, inclusive, voltar a consumir o glúten após um período.
Fatores associados às sensibilidades
Existem situações que nos deixam mais predispostos a desenvolver sensibilidades alimentares. Entre elas, destacamos:
- Problemas digestivos de modo geral
- Intestino permeável
- Reações do sistema imunológico
- Acúmulo de toxinas
- Estresse e ansiedade
- Causas genéticas
Sintomas comuns às sensibilidades
Os sintomas para doença celíaca, alergia ao trigo e sensibilidade ao glúten não celíaca são bem parecidos. Os mais relatados são:
- Desconforto abdominal
- Estufamento
- Gases
- Cansaço
- Dificuldade de concentração
- Coceiras na pele
- Coriza e espirros
- Náuseas
- Intestino preso ou solto
Alergia ao Trigo
A alergia ao trigo afeta em torno de 0,4% a 1% da população.
Os sintomas podem ser respiratórios (com casos de asma ou de rinite) ou gastrointestinais, como desconforto abdominal e outros. Além disso, há também sinais dermatológicos, como urticária, angioedema ou dermatite atópica.
Para as pessoas alérgicas, os sintomas levam de alguns minutos a poucas horas para aparecer após o consumo de alimentos com trigo.
O diagnóstico de alergia ao trigo é feito por meio de análise clínica e exames laboratoriais. O médico pode pedir a confirmação por meio da dosagem de IgE no sangue e realizar testes de alergia na pele do paciente para observar reações com o trigo.
O tratamento envolve a retirada do trigo da alimentação.
Sensibilidade ao glúten não celíaca
A sensibilidade ao glúten não celíaca é o termo usado para identificar casos em que existe um desconforto com o consumo do glúten e sua retirada da alimentação melhora os sintomas.
Não se trata de doença celíaca – por não haver uma resposta autoimune do organismo – e nem de alergia – reação exagerada do sistema imunológico.
A quantidade de pessoas que têm sensibilidade ao glúten não celíaca ainda é desconhecida, mas estima-se que fique entre 0,6% a 6% da população. Os sintomas começam a aparecer entre horas e dias após a ingestão – diferente da doença celíaca, que pode levar semanas.
O diagnóstico da sensibilidade ao glúten é feito por meio de exames de fezes, de urina, testes sorológicos e até biópsia, em alguns casos.
O tratamento consiste na retirada do glúten da alimentação, mas também daqueles alimentos FODMAP, fermentáveis que não são bem digeridos pelo organismo, causando desconfortos.
A vantagem da sensibilidade ao glúten não celíaca é que, após um período, o glúten pode ser reintroduzido na alimentação.
Além disso, ao contrário das pessoas celíacas, não há tanto risco de contaminação cruzada para quem tem sensibilidade ao glúten.