Pessoas com doença celíaca não podem consumir alimentos com glúten. Mas há quem não seja celíaco e sinta benefícios ao cortar essa proteína da alimentação. Você sabe por que isso acontece?
Nem todo mundo que se sente mal ao consumir glúten tem doença celíaca. É uma doença que gera muitas dúvidas nos pacientes. Por isso, decidimos escrever este post, para esclarecer as principais questões que chegam ao consultório.
Conheça as 7 principais perguntas e veja as respostas a respeito da doença celíaca e do glúten.
1. O que é a doença celíaca?
A doença celíaca é uma doença autoimune – ou seja, as células de defesa atacam outras células do organismo, causando um processo inflamatório.
Os celíacos – como são chamados os portadores da condição – não têm uma enzima que é responsável por quebrar o glúten, proteína encontrada em cereais como trigo, centeio, cevada e malte. Sem ser processada corretamente, a substância fica acumulada no intestino e o organismo reage agredindo a mucosa da parede intestinal, causando lesões.
Normalmente, a doença aparece em crianças entre 1 e 3 anos de vida, quando muitos dos cereais começam a ser introduzidos na alimentação. Mas também é possível desenvolver ou identificar o problema na vida adulta.
2. Quais são os sintomas da doença celíaca?
As manifestações podem variar conforme o grau de intolerância de cada paciente, mas, em geral, são os seguintes:
- Barriga estufada
- Gases
- Ânsia de vômito
- Diarreia
- Irritabilidade
- Perda de peso
- Anemia, deficiência de vitaminas e minerais
- Fadiga
- Enxaqueca
- Infertilidade
- Lesões na pele e queda de cabelo
No entanto, 70% das pessoas não apresentam sintomas clássicos da doença, o que faz com que muitos pacientes convivam com o problema sem saber.
Isso pode acabar retardando o diagnóstico e trazendo consequências perigosas para a saúde. Portanto, é muito importante prestar atenção no seu corpo e manter os exames em dia.
3. Como saber se tenho a doença celíaca?
Existem poucas estatísticas sobre a doença celíaca no Brasil, mas a
OMS estima que 1% da população mundial sofra com o problema.
O diagnóstico precisa ser feito por um gastroenterologista com base na avaliação dos sintomas, pelo histórico familiar e por alguns exames. São eles: exame de sangue, para dosar os anticorpos contra o glúten, de fezes e biópsia do intestino delgado, para verificar se existe inflamação na área.
Também é possível que o médico solicite uma segunda biópsia depois da exclusão do glúten na dieta durante algumas semanas, para comparar a integridade do intestino.
4. O que acontece se eu não me tratar?
A falta de um tratamento correto pode acarretar em diversas condições correlacionadas, e até mesmo tumores ou linfomas no intestino. Isso porque, com a doença celíaca, o órgão fica lesionado e a absorção de vitaminas, minerais, água e nutrientes é prejudicada.
Algumas das consequências que podem ser decorrentes da falta de tratamento são
osteoporose, diabetes, hipotireoidismo e menstruação irregular.
5. Como é o tratamento para celíacos?
Infelizmente, a doença celíaca não tem cura e o único tratamento é uma dieta 100% livre de glúten. Isso representa um grande desafio para os pacientes, já que existem riscos como a contaminação cruzada (quando partículas da proteína contaminam alimentos, utensílios ou superfícies que não tinham a presença de glúten).
Mas, com a ajuda de bons profissionais e um ajuste na rotina, é possível viver uma vida longa e saudável!
Também já existem alguns medicamentos sendo pesquisados para a condição que reduzem a
permeabilidade intestinal e estreitam as junções do intestino delgado. Assim, o glúten não “escapa” para a corrente sanguínea, evitando a resposta autoimune. O cenário é promissor, mas a dieta ainda vai precisar ser mantida.
6. Doença celíaca é a mesma coisa que sensibilidade ao glúten?
Não! Embora ambas sejam alterações gastrointestinais causadas pelo glúten, na doença celíaca há o componente imunológico que leva à inflamação da mucosa intestinal. Já na sensibilidade, é como se a proteína não fosse bem aceita pelo organismo.
Enquanto os celíacos precisam cortar totalmente os alimentos com glúten e evitar até a contaminação cruzada, as pessoas com sensibilidade são tratadas reduzindo a quantidade da proteína na dieta.
7. Mas então, o que o celíaco pode comer?
Basicamente, tudo que não contenha glúten. Ou seja, pães, bolos, salgadinhos, biscoitos, pizza, cerveja, macarrão… Qualquer derivado do trigo, cevada, centeio ou malte.
Também é preciso manter uma atenção especial com alimentos industrializados que possam sofrer contaminação cruzada, como aveia, ketchup, mostarda, maionese e bebidas em pó. Por isso é muito importante sempre checar a
lista de ingredientes do produto no rótulo.
A boa notícia é que hoje existe uma grande variedade de produtos que não têm a proteína na composição, e que, portanto, estão liberados para os portadores da doença celíaca.
De qualquer forma, é imprescindível buscar uma boa orientação médica para ter uma rotina alimentar adequada às necessidades e particularidades do paciente.
Ter um time multidisciplinar de profissionais é essencial para um diagnóstico correto e para um tratamento eficaz da doença celíaca. Se estiver com algum sintoma ou dúvida,
conte comigo!